segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Arquitetura do medo - 2ª Parte:

E Criciúma onde entra nisso?!
Como qualquer outra cidade em processo de desenvolvimento, Criciúma já apresenta todos os
problemas de uma grande metrópole, as únicas diferenças, é claro: quantidade e intensidade.
Por mais singular que seja sua história, seu desenvolvimento reflete o que um dia foi o somente local de passagem e por necessidade se transformou em vila, logo, em cidade.
Conhecida como pólo do carvão, teve grande parte dos recursos naturais removidos sem favorecimento aos trabalhadores mineiros e total desatenção ao meio ambiente. E como resultado disto existe uma demanda da população que forçadas pela miséria habitam espaços impróprios para moradia: arredores de minas e aterros de pirita que ocasionam sérios problemas respiratórios, sem falar na falta de investimentos urbanos por parte da prefeitura, deixando esgotos a céu aberto, ruas sem iluminação, pavimentação e todos os demais quesitos básicos para uma comunidade viver em equilíbrio.

Olhando a cidade perifericamente é visível o crescimento da indústria da Construção Civil, dirigidas fortemente por construtoras locais e imobiliárias que lotam nossos jornais com suas propostas de compra e venda.
A especulação imobiliária não se importa com a qualidade dos imóveis e sim com quantidade, o projeto imobiliário não se resume mais ao profissional arquiteto ou engenheiro, mas aos financiadores da obra e seus interesses. A venda feita por corretores preocupados com a farta comissão, mascaram a realidade dos imóveis de hoje que são padronizados, sem identidade, pequenos, murados e/ou gradeados sem integração com a rua e com a própria cidade.

O caos que assistiremos num curto espaço de tempo no trânsito (com aumento natural das frotas e aumento nas tarifas do transporte público), nos bairros (com aumento das construções clandestinas e marginalização), no centro (com as enchentes resultantes da falta de estruturação urbana) revelam o déficit de profissionais e órgãos públicos preocupados com o verdadeiro desenvolvimento de nossa cidade.

Esses órgãos limitadores devem ater-se mais as questões sociais embora o interesse não seja o mesmo para uma melhor conscientização sobre a função social das edificações assim como conscientização ambiental, urbanística e econômica.

Eu como estudante de arquitetura, me nego a concordar e fazer parte desse sistema individualista tendo como base para impulso, arquitetos que realmente buscam aliar forças para fazer verdadeiros trabalhos arquitetônicos e sociais.

Recomendo:
Blog do Arq. Tomaz Lotufo - http://www.bioarquiteto.com.br/
ANEL - "Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre - http://www.anelcriciuma.blogspot.com/